quarta-feira, 22 de junho de 2011

Hemerson Bertassoni Alves: 38º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas

Hemerson Bertassoni Alves: 38º Congresso Brasileiro de Análises Clínicas: "No período de 27 a 30 de Junho Curitiba sedia a 38ª versão do Congresso Brasileiro de Análises Clínicas. O Local do Evento é no Expo Unimed ..."

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Plumbemia em trabalhadores da indústria de reciclagem de baterias automotivas da Grande Porto Alegre, RS

O chumbo vem sendo utilizado pela humanidade desde a antiguidade para a fabricação de objetos e hoje com a evolução vem sendo usado em produtos como baterias, latão e bronze, radiadores, soldas, cabos, tintas e corantes, cerâmicas e munição.
            Quando utilizado em más condições sem a proteção necessária aos trabalhadores induz a toxicidade hematológica através da inibição da das enzimas ácido delta-aminolevulínico sintase (ALA), heme desidratase e o coproporfirinogênio, além de se depositar e acumular nos ossos. Já o tratamento das intoxicações é feito através de substâncias quelantes e remoção das fontes contaminantes.
            A contaminação ocorre através da inalação e absorção pelo trato gastrointestinal, distribuindo-se por vários tecidos como rins, fígado e cérebro, sendo armazenado no tecido ósseo permanecendo por anos. O chumbo age por várias vias como ligação a grupos sulfídricos das proteínas; capacidade de penetração em vários locais celulares devido a sua semelhança ao cálcio; e por fim afeta os ácidos nucléicos induzindo alterações genéticas. Desta forma não existe uma concentração segura de exposição ao chumbo, já que este é responsável por inúmeras complicações.
            Para avaliar os problemas ocasionados pela exposição ocupacional ao chumbo, realizou-se o estudo com 53 trabalhadores do sexo masculino que trabalham na indústria e reciclagem de baterias automotivas e para o grupo de controle selecionou-se 53 homens sem história de exposição ao chumbo.
            Para determinação do chumbo coletou-se 5ml de sangue venoso que foram analisados pelo método de espectrofotometria de absorção atômica, sendo o indicador biológico analisado o próprio chumbo sanguíneo. Nos resultados observou-se que os trabalhadores expostos apresentavam uma concentração de 59,43+/- 28,34 µg/dl, enquanto os não expostos apresentavam uma concentração de 2,44+/- 1,15µg/dl, desta forma 43,4% dos indivíduos encontravam-se acima do IBMP que é de 60 µg/dl e 20,8% encontravam-se dentro do valor de referência que é de 40 µg/dl.
            De acordo com estes dados os trabalhadores deveriam receber algum tipo de cuidado, mas devido à informalidade do trabalho muito dificilmente alguma providência é tomada. Normalmente estas oficinas de reciclagem ocorrem nas propriedades destes trabalhadores, onde acabam contaminando não apenas a estes, mas toda a família, sendo que em mulheres grávidas o chumbo que se acumula nos ossos pode ser mobilizado e expõem o feto a este metal pesado afetando seu desenvolvimento.
            Para que este problema seja resolvido é necessário uma fiscalização mais rigorosa e medidas devem ser tomadas como identificação, eliminação ou controle da fonte de contaminação e monitoração da exposição ocupacional e dos respectivos danos, já que estes podem comprometer a vida das pessoas expostas de forma grave e algumas vezes irreversivelmente.



REFERÊNCIA:


MINOZZO, R., et. al.; Plumbemia em trabalhadores da indústria de reciclagem de baterias automotivas da Grande Porto Alegre, RS. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442008000600003&lang=pt>. Acesso em: 20 maio, 2011.